Zeca Baleiro escreve poema sobre infância no interior a convite da Folhinha (Danuza Peixoto)
Ilustração para o poema de Zeca Baleiro
Um presente especial está embrulhado na Folhinha de 9 de outubro: poesia de gente que cresceu sem perder o sabor da infância. Adriana Calcanhotto (ou melhor, Partimpim!) traz os sons que a remetem a seu tempo de menina em Porto Alegre. A infância de Eva Green, musa do poeta Fabrício Corsaletti, é contada em versos. Os segredos da meninice de Alice Ruiz até hoje ecoam numa caixinha de Catupiry. Tem ainda Bartolomeu Campos de Queirós, Chacal e Tatiana Belinky nesse pacote poético.
Confira, abaixo, o poema "Canção do Interior", com a infância de pé no mato do músico Zeca Baleiro.
CANÇÃO DO INTERIOR
Por Zeca Baleiro
feito índio na canoa
bicho-de-pé carrapato
tamarindo fruta boa
picada aberta no mato
futebol no sol a pino
felicidade era fato
tosse gripe passa unguento
saci não usa sapato
vida de menino bento
bento monteiro lobato
minha arca de noé
eram bichos nos quintais
porco marreco cabrito
como já não se vê mais
jacaré fugiu do rio
corre que lá vem zás-trás
"tô fraco" grita a galinha
d'angola nhambus guarás
meu quintal faria inveja
a vinícius de moraes
ZECA BALEIRO, 44, cantor e compositor, nasceu em São Luís (MA), mas passou a infância em Arari (MA). Lembra-se com carinho das festas da cidade, com suas barracas, balões de gás e ciganos (de quem morria de medo!).
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