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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Para Rosely Sayão, lei que proíbe palmadas é invasão do Estado na vida privada (Danuza Peixoto)

Para Rosely Sayão, lei que proíbe palmadas é invasão do Estado na vida privada


A psicóloga e consultora educacional Rosely Sayão, colunista da Folha, participou de bate-papo  sobre o projeto da lei que proíbe palmadas, beliscões e castigos físicos em crianças e adolescentes.





Veja como foram os outros bate-papos da Folha



Bruno Miranda 



A psicóloga e colunista da Folha Rosely Sayão participou de bate-papo com 851 internautas





Para Rosely Sayão, o projeto que altera a lei que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, vetando o uso de castigos físicos e tratamentos cruéis na educação infantil, mostram a invasão do Estado na vida privada.



"Acho isso muito perigoso. Hoje podemos ser contra a palmada --eu sou-- mas amanhã, sabe-se lá o que pode ser transformado em lei?", disse a colunista da Folha durante o bate-papo.



Participaram do chat 851 pessoas. Veja a agenda de bate-papo do UOL.



O texto abaixo reproduz exatamente a maneira como os participantes digitaram suas perguntas e respostas.








Bem-vindo ao Bate-papo com Convidados do UOL. Com Rosely Sayão sobre a lei da palmada.



(05:01:30) Rosely Sayão: Ola pessoal. é um prazer conversar com vocês.



(05:01:30) Mariana fala para Rosely Sayão: olá, Rosely! muita gente diz que isso não é uma questão de lei. O que você pensa a respeito? Se não é preciso uma lei, é preciso ensinar os pais como educarem?



(05:02:58) Rosely Sayão: Mariana: considero bem complicada essa historia de transformar em lei. Ao mesmo tempo não sei se é possível ensinar aos pais como educar. Podemos, talvez, dar maior apoio a eles nessa árdua tarefa de educar crianças e jovens.



(05:03:11) Lia fala para Rosely Sayão: Sua opinião Rosely, por favor sobre a Lei da Palmada



(05:05:09) Rosely Sayão: Essa lei, junto com outras bem diferentes, mostram a invasão do estado na vida privada. Acho isso muito perigoso, Lia. Hoje podemos ser contra a palmada - eu sou - mas amanhã, sabe-se lá o que pode ser transformado em lei?



(05:05:15) Ana Patricia fala para Rosely Sayão: Primeiramente boa tarde a todos... eu gostaria de saber como a lei vai poder atuar em uma família? Porque muitos dos pais não aceitam essa nova lei...



(05:07:14) Rosely Sayão: Ana Patricia: Boa tarde. Ah, eu também não consigo vislumbrar isso. Agora, acho bom lembrar que vivemos em um país que tem uma máxima popular: "Aos meus inimigos, a Lei". Já pensou como isso complica ainda mais a história?



(05:07:20) Tati fala para Rosely Sayão: Rosely, vc sabe oq pode acontecer caso um pai bata em uma criança? A criança pode reclamar pras autoridades? Isso é um absurdo, pois a criança pode incriminar seus próprios pais as vezes sem eles terem realmente batido!!!



(05:09:48) Rosely Sayão: Tati: creio que um adulto - e em geral é isso o que acontece - pode denunciar situações de maus tratos contra crianças que tenha conhecimento. Agora, se a criança pode fazer a denuncia, isso eu não sei. Mas acho que poderia, não é? Agora, seria preciso investigar para comprovar e isso é possível.



(05:09:54) Petrus fala para Rosely Sayão: Você acha que a chamada palmada didática existe? e se existe é prejudicial a formação da criança?



(05:11:52) Rosely Sayão: Petrus: acho essa expressão terrível. Como assim, palmada didática? Palmada de amor? Não aceito. Não creio que, necessariamente, a palmada seja prejudicial. Mas se há meios melhores do que esse e não violentos, por que precisamos usar a palmada, não é verdade?



(05:11:57) Mãe fala para Rosely Sayão: Tenho uma filha de 11 anos e 1 filho de 1 e 7 meses, o meu pequeno é muito sapeca, tento conversar explicar e ensinar que não pode certas coisas, mas ele não atende, muito pelo contrario percebo que ele faz errado novamente e me olha me testando, quana gente fala umas 5 vezes que não pode, e mesmo assim ele continua fazendo travessuras se não pode dar palmadas e nem corrigir através de castigos, o que é que eu devo fazer?



(05:16:11) Rosely Sayão: Mãe: você acredita mesmo que uma criança tão pequena conseguiria controlar um impulso? Não consegue, mesmo que queira. Aliás, muitas atitudes das crianças que hoje são interpretadas como desafio ou teste, na verdade são pedidos de ajuda; Mais ou menos assim: "Mãe, você consegue, por favor, me impedir de fazer isso que você disse que eu não devo fazer mas que eu insisto em querer fazer?" Nessa idade, mimnha cara, você precisa conter seu filho, distrair, tira-lo da frente da tentaçao etc... E você precisa se conformar: repetir que nao pode cinco vezes é pouco. Você terá de fazer isso durante uns 18 anos, mais ou menos...



(05:16:29) menina fala para Rosely Sayão: boa tarde pessoas. Essa lei vem com intuito de acabar, ou ao menos reduzir casos como o da promotora? pessoas que chegam a esse ponto podem se intimidar com essa lei? na tua opinião.



(05:18:20) Rosely Sayão: Menina: o espirito da lei é legítimo: proteger nossas crianças de adultos loucos, descontrolados, irresponsaveis etc. Mas nao sei se a forma é adequada.



(05:18:26) miltonribeiro fala para Rosely Sayão: Considero-me um pai experiente em matéria de educar os fihos - porque assisto-os hoje já adultos e responsáveis - gostaria de saber cmo os pais de hoje podem usar metodos alternativos às palmadas quando necessário?



(05:21:21) Rosely Sayão: Milton: não sei porque consideramos a palmada tao necessaria assim. Antes dos seis anos, por exemplo, a criança precisa de um adulto sempre por perto para evitar que faça o que não deve. depois dessa idade, deve aprender a arcar com as consequencias de seus atos. Nao precisa mesmo ser uma palmada...



(05:21:45) Elis fala para Rosely Sayão: Você não acha ROSELY que essa Lei na verdade é uma forma ineficiente de tomar como radical, a autoridade dos pais sobre os filhos e, ao mesmo tempo, de as autoridades de eximirem da culpa por não estarem preperados de fato para lidarem com tal situação uma vez que os conselhos tutelares não agem de maneira eficiente nos casos reais de abusos contra crianças.



(05:24:16) Rosely Sayão: Elis: você toca em um ponto bastante delicado. De nada adianta termos leis se permitimos que elas não sejam cumpridas, se não as respeitamos. VEja o trânsito, por exemplo. Quem dirige acatando todas as regras é considerado um motorista babaca... E quanto aos conselhos tutelares e demais instâncias responsaveis pela proteção à criança: sabemos que não funcionam. o que é lamentavel.



(05:24:40) andrade fala para Rosely Sayão: olá tenho dois filhos - um de 5 anos e outro de 3 - eu imponho o limite e conto até 3 para que faça o que estou dizendo - caso contrario dou uma palmada, nunca espanquei ou feri meus filhos - mas eles sabem que se não me respeitar vão apanhar - isso é errado - é errado impor limite - vejo outros pais que o filho pode de tudo e eles são insuportaveis



(05:26:35) Rosely Sayão: Andrade: seu texto nos leva a pensar que o pai que não bate não impoe limites. ISso é um equivoco, devo assinalar. Conheço muitos pais que dão as chamadas palmadas pedagógicas e são permissivos em demasia e pais que nunca bateram e são rigorosos na educaçao dos filhos...



(05:27:17) karen_ce fala para Rosely Sayão: Não sou mãe,mas sou professora há dez anos e vejo que crianças que apanham tem comportamentos diferentes como agressão aos colegas ou ficam caladas e excessivamente tristes.Identificando uma criança que apanha como devemos nos comportar?



(05:29:31) Rosely Sayão: Karen_ce: eu penso que todo adultos, seja ou não pai ou professor, tem uma grande responsabilidade com todas as nossas crianças. Elas são nosso futuro! Quando desconfiamos que crianças são espancadas, precisamos tomar alguma providencia, nao podemos fingir que nada acontece... Agora, creio que as providencias podem ser bem diversas entre si.



(05:29:43) Dhy fala para Rosely Sayão: Rosely, sei que esta lei tem o objetivo de diminuir cada vez mais os maus tratos e violências com menores, concordo plenamente com o objetivo, entretanto não concordo com a ferramenta usada para este objetivo. Tenho 23 anos, fui educado ao modo antigo (palmadas, castigos, surras), não guardo nenhum rancor de meus pais, pelo contrário, agradeço a eles.Penso que se ja estamos num mundo conturbado mesmo tendo uma educação mais rígida, imagine como vai ser quando relaxarmos e não darmos mais palmadas?



(05:31:55) Rosely Sayão: Dhy: olha, uma educação rígida, rigorosa, firme, não precisa ser a base da palmada. Palmada, gente, é uma violencia contra a criança, tenha ou não a intenção de ser... E o mundo esta conturbado mesmo - concordo - mas por responsabilidade dos adultos e não das crianças...



(05:31:55) Cassia fala para Rosely Sayão: Eu tenho um filho de 8 meses e uma filha de 3 anos. Percebo que quando ela está sonolenta seu temperamento muda e ela fica agressiva. O que eu devo fazer? Bom, também sou contra a agressão física e moral, mas meu marido e os avós são contrários.



(05:34:23) Rosely Sayão: Cassia: a criança de tres anos não sabe identificar o que tem. se ela tem sono e não e colocada na cama, vai ficar tudo isso que vocÊ falou e muito mais. Vc pode coloca-la para se recolher, mesmo que ela resista. ALias, pessoal, criança é assim mesmo: resiste muito a mudanças. Se esta dormindo, resiste a acordar etc... por isso precisam de nossa intervenão



(05:34:29) Vegan fala para Rosely Sayão: Já vi casos em professoras e babás agrediram uma criança. Essa lei não seria uma boa alternativa para as mães que não sabem como agir depois de descobrirem o ocorrido com seus filhos?



(05:35:35) Rosely Sayão: Vegan: desculpe, não entendi sua questão. Vc pode reformular, por favor?



(05:35:41) Professor:Hamilton fala para Rosely Sayão: Tenho acompanhado seu trabalho, e ele muito tem contribuido par com o meu trabalho.Eu sempre fui à favor do diálogo mas acredito também na palmada.De que forma você associa a velha e tradicional palmada com o autoritarismo cada vez mais aguçado desta nova geração?



(05:39:50) Rosely Sayão: Professor: há fases da vida dos mais novos que o dialogo é impossivel. dialogar com uma criança que quer brincar em vez de dormir? como dialogar com um jovem que quer usar drogas perigosas? Na maior parte das vezes chamamos de dialogo o que na verdade é convencimento: queremos convencer os mais novos a aceitarem nossas ordens sem que pareçam ordens. O fato é: educar tem um pouco de tirania sempre. Afinal, quem disse que ir para a escola, por exmeplo, é bom para a criança? Somo nós e não elas...Educar supor sempre imposições. Não adianta querermos tapar o sol com a peneira. E você tem razão: hoje os filhos são autoritarios porque os pais não são. Prefiro que os pais sejam.



(05:40:08) cellz fala para Rosely Sayão: qualquer tipo de punição física não seria justamente uma ditadura? (não quero discutir, nem justificar, nem educar, só ser obedecido). Isso não cria a noção na criança que a violência física é a única forma de se impor?



(05:41:34) Rosely Sayão: cellz: isso não cria nada ja que memso quem apanha pode querer arcar com esse custo para fazer o que não deve. A autoridade moral é bem mais eficiente...



(05:41:40) Tati fala para Rosely Sayão: Sou TOTALMENTE contra aos castigos físicos,morais enfim,mas minha filha de 2 anos atualmente com tantas birras e coisas tipicas da idade me tiram tanto do sério que pra não dar "palmadas" acabo chorando, me descontrolo.Posso coloca-la pra "pensar?



(05:44:37) Rosely Sayão: Tati: voce pode nao acreditar, mas a fase das birras passam... ela so precisa confirmar que as birras que ela faz não tiram voce de seu papel. MAs tem tirado. Entao, respire fundo, pense que isso é coisa de criança e que exige sua intervençao. Precisamos ter mais paciencia com as crianças, pessoal. tudo isso que elas fazem faz parte dessa fase...



(05:44:37) Deusa fala para Rosely Sayão: A sra. concorda que ao partir para a palmada ou seja agressão fisica, o pai ou a mãe já perdeu o controle?



(05:46:17) Rosely Sayão: Deusa: concordo sim, minha cara. Quando apelamos para a palmada, em geral não sabemos mais o que fazer... mas ha tanto o que pode ser feito!



(05:46:23) Eliete fala para Rosely Sayão: Infelizmente, minha filha foi agredida por uma babá, entre 1 e 5 meses a 1 ano e 9 meses. Foi muito ruim ver o vídeo. Acredito que é necessário algumas palmadinhas na educação de uma criança, mas sempre pelos pais. A babá é uma funcionária contratada para cuidar de seu filho e se está com dificuldades deve então passar a situação para os pais ( no meu caso fazia parte do combinado com a babá). O que você pensa sobre isso?



(05:48:31) Rosely Sayão: Eliete: na~faz sentido ser a favos da palmada mas so quando dada por alguem em especial... os filhos não sao propriedades dos pais. se vc bate, por que a baba acharia que ela nao pode bater? se consideramos a palmada educativa, todos que educam podem bater, nao e verdade? afinal, trata-se de uma ideia de educaçao que esta em jogo.



(05:49:01) Juli fala para Rosely Sayão: Como lidar com a criança incontrolável, que não obedece, alguns pais ameaçam, outros colocam de castigo, o que é mais efetivo?



(05:51:13) Rosely Sayão: Juli: a propria expressão "criança incontrolável" já evidencia a impotencia dos adultos frente a ela. Ha crianças que exigem mais dos pais, ha outras que exigem menos. Mas criança incontrolavel? Eu diria melhor: adultos impotentes. E hoje temos muito disso.



(05:51:19) Helena fala para Rosely Sayão: qual a distorção de personalidade ou problema psicológico que umas palmadas (fracas e com motivo notório) pode acarretar para uma criança quando for adulta???



(05:53:13) Rosely Sayão: Helena: nao temos respostas para essa questao. Temos hipoteses, fazemos conjecturas.... MAs nenhum conhecimento nos permite fazer previsões. Mas certamente que quem cresce convivendo com a pequena violencia cotidiana, achara isso normal, no minimo....



(05:53:13) joao pergunta para Rosely Sayão: Olá Rosely, como orientar um filho a se defender na escola, uma vez que em casa não usamos de violencia física. infelizmente na escola as crianças são educadas de modos diferentes e sempre tem aqueles pais que orientam seus filhos a baterem,a não levar desaforo para casa. por outro lado a criança que não se defende, pode sofrer bullyng? o que fazer??



(05:55:37) Rosely Sayão: boa questão Joao! Pense na vida nas grandes cidades. sabemos que ha regioes perigosas, entao evitamos, nao e? Seria olooucura ir para la armado. Pois isso pode ser ensinado à criança: reconhecer situações de risco de violencia para se desviar delas. Se seu filho diz que apanha de um colega, ensine-o a se manter distante. E, principalmente, reclame com a escola.Criança apanha na escola e nenhum adulto ve?



(05:56:08) zeca fala para Rosely Sayão: Rosely, por que não toleramos que ninguém bata ou chame a atenção de nossos filhos, quando nós mesmos muitas vezes punimos com maior severidade ainda?



(05:57:30) Rosely Sayão: Zeca: adorei sua observaçao! Porque os filhos foram privatizados agora. Nao sao mais o futuro da humanidade e sim propriedade privada dos pais. ISso nao e uma grande insanidade da nossa parte?



(05:57:47) jackyflor fala para Rosely Sayão: Sou contra às palmadas, porém tenho uma dúvida que não quer calar, porque os pais de antigamente eram super rígidos e muitos até achavam que umas boas palmadas eram primordiais e os filhos eram bem mais obedientes, respeitavam e até a sociedade não era essa baderna que é hoje????



(05:59:35) Rosely Sayão: Jackyflor: vamos com calma. concordo que antigamente a educaçao era mais rigorosa. MAs o mundo era diferente: quase todo mundo pensava do mesmo jeito. alem das palmadas, os pais tinham autoridade moral tb: um olhar dos pais bastava para brecar uma travessura... hoje, os pais e que tem medo do olhar de reprovaçao dos filhos...

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