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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Universidade pode restringir acesso a sistema de cotas a alunos oriundos de escolas públicas - Matéria postada por Luiz Carlos Nogueira

20/10/2009 - 12h51

DECISÃO

Dentro das suas autonomias, as universidades têm o direito de estabelecer critérios para a entrada de alunos por cota social. Com esse entendimento, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), seguindo o voto do ministro Humberto Martins, acatou recurso movido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) para restringir o acesso ao sistema de cotas aos estudantes que tenham feito o ensino fundamental e o médio exclusivamente em escolas públicas brasileiras.

A UFPR estabeleceu o critério em seu edital de vestibular. Um aluno que cursou apenas alguns meses em escola particular recorreu à Justiça para manter a sua inscrição para a seleção da universidade. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF) admitiu a liberdade da instituição de ensino em definir a seleção de seus alunos, mas considerou que, no caso, pelo princípio da razoabilidade, não deveria valer a regra.

A decisão fez o estabelecimento de ensino recorrer ao STJ, alegando falta de fundamentação legal e que teria sido violada a autonomia universitária, garantida pelo artigo 207 da Constituição Federal de 1988 e pelo artigo 53 Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n. 9394 de 1996). A UPPR afirmou, ainda, afronta ao artigo 41 da Lei n. 8666 de 1993, já que qualquer órgão da Administração Pública fica vinculado às normas dos editais que publica, não podendo o Judiciário afastar essa responsabilidade.

No seu voto, o relator, ministro Humberto Martins, considerou, inicialmente, que a discussão acerca da violação à Lei das Licitações (Lei n. 8666) não foi apreciada pelas instâncias ordinárias, o que impede seu julgamento no STJ. Quanto ao artigo 207 da CF, o ministro considerou que o registro constitucional de um instituto ou conceito, sem detalhamentos e desdobramentos, não afasta a competência do STJ quando a lei federal disciplina imperativos específicos.

O magistrado explicou que as chamadas “ações afirmativas”, que visam combater as desigualdades sociais, surgiram inicialmente nos Estados Unidos, no início do século XX, com ênfase no combate a segregação racial. Ele apontou que o Brasil é signatário de convenções internacionais contra o racismo e que na própria CF o combate à discriminação social, étnica e racial foi definido como um dos seus princípios. Essas medidas seriam uma maneira de discriminação positiva, visando beneficiar grupos historicamente desfavorecidos. Além disso, as universidades teriam autonomia para regular o ingresso de seus alunos, devendo exercer essa propriedade dentro de princípios legais.

No caso específico, a norma do edital vetou a participação de alunos que estudaram em escola particular. O aluno se candidatou como cotista, mesmo tendo cursado alguns meses em uma dessas instituições de ensino. “O Judiciário não pode, em regra, afastar a autonomia universitária exercida nos limites da lei, da razoabilidade e da proporcionalidade”, apontou o ministro. Para ele, a exigência de estudo integral em instituições públicas seria um critério objetivo razoável e proporcional para a seleção de alunos.

O ministro questiona, ainda, como o Judiciário poderia estabelecer o número de meses “razoável” para o aluno cursar em escolas privadas e ainda ser cotista. A restrição, no seu entender, critério objetivo escolhido pela universidade, não comporta exceção sob pena de inviabilizar o sistema de cotas proposto.

Fonte:

Coordenadoria de Editoria e Imprensa do Superior Tribunal de Justiça

Confiram clicando no link abaixo

http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=94286

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fuvest divulga fórmula que substitui uso do Enem no programa de bonificação do vestibular

A USP (Universidade de São Paulo) definiu como será feito o cálculo dos bônus para substituir o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2009 na bonificação do Inclusp (Programa de Inclusão Social da USP). Em vez de considerar o exame, a universidade irá utilizar a primeira fase do vestibular: os candidatos terão que fazer mais de 22 pontos na prova para receber 1,8% de bonificação.

A pontuação pode chegar a até 6% pontos a mais nas 1ª e 2ª fases do processo seletivo. A informação foi divulgada pelo site da USP nesta sexta-feira (16).

O novo cálculo foi idealizado depois que os organizadores da Fuvest decidiram não utilizar a pontuação do Enem 2009 no vestibular 2010. Para candidatos não-optantes pelo bônus, valerá só a nota do vestibular; antes, o Enem valia 20% do total de pontos na 1ª fase.

Fórmula

A fórmula utilizada para o cálculo será a seguinte:

Bônus Fuvest (%) = 1,8 + [4,2 x (NF-22)]/50

Na qual NF é a nota da prova da primeira fase, que contém 90 questões. Se o candidato acertar só até 21 perguntas, não ganhará nenhum ponto de bonificação. Acima de 22, os candidatos recebem 1,8% de bônus, podendo chegar até 6% para aqueles que acertarem 72 ou mais questões.

Além do bônus baseado na nota da 1ª fase, o Inclusp dá 3% a mais para estudantes oriundos de escolas públicas e até 3% de bonificação para quem faz a prova do Pasusp.


Calendário

O calendário e as demais regras do edital do vestibular 2010 continuam válidos. Ao todo, 128.144 candidatos são esperados no processo seletivo. que seleciona ingressantes para a USP, para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa e para a Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Estão em disputa 10.797 vagas.


Veja as datas das provas e divulgação de listas.

  • 16/11/2009 - divulgação dos locais de prova da primeira fase.
  • 22/11/2009 - 1ª fase da Fuvest, com 90 testes de múltipla escolha. O vestibulando terá cinco horas para resolver as questões.
  • 14/12/2009 - lista de aprovados na primeira fase.
  • 3/1/2010 - 2ª fase da Fuvest, prova dissertativa de português (dez questões) e redação. Atenção: os candidatos convocados para a segunda fase deverão entregar, no primeiro dia de exame, uma foto 3x4, recente. O tempo de prova é de quatro horas.
  • 4/1/2010 - 2ª fase da Fuvest, com prova dissertativa (20 questões) das disciplinas história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês. Cada questão poderá abranger conhecimentos de mais de uma disciplina. O candidato tem quatro horas para acabar a prova.
  • 5/1/2010 - 2ª fase da Fuvest, com 12 questões de duas ou três disciplinas específicas (seis ou quatro de cada), de acordo com a carreira escolhida. A duração do exame é de quatro horas.

    Na segunda fase, todo o candidato responderá a um total de 42 questões e elaborará uma Redação, independentemente da carreira escolhida (exceção para os candidatos inscritos nas duas carreiras da Polícia Militar).

    Mudanças na Fuvest 2010

    No novo formato, a Fuvest 2010 manterá a primeira fase com 90 questões - mas as provas da segunda fase foram alteradas.

    A primeira fase também passou a ser eliminatória - ou seja, a nota não conta mais no final do processo seletivo para classificar os estudantes. Apenas elimina quem não tiver desempenho suficiente para chegar à etapa final.

    A segunda fase do vestibular vai avaliar todas as matérias do ensino médio. Até a Fuvest 2009, só disciplinas relacionadas ao curso pretendido eram alvo de exames.

    Outras informações podem ser obtidas no site da USP.

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    As informações foram fornecidas pela instituição e podem ser alteradas por ela sem aviso prévio. É recomendável confirmar datas e horários no site oficial.

  • domingo, 4 de outubro de 2009

    Nova prova do Enem deve ser na segunda quinzena de novembro, diz MEC

    O Ministério da Educação deve anunciar na próxima terça-feira (6) a nova data para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que foi cancelado por causa do vazamento da prova ocorrido esta semana em São Paulo.

    O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes, que esteve reunido durante toda a tarde de hoje (3) com o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse há pouco que o Comitê Gestor do Enem vai se reunir na segunda-feira (5) com reitores de universidades para definir a melhor data para a realização do exame.

    Ele não descartou a possibilidade de a prova ser realizada em um dia de semana devido à dificuldade de conciliar a nova data do Enem com os vestibulares. Fernandes acrescentou que a nova prova já está pronta.

    Amanhã (4) ocorrerá outra reunião entre representantes do Mec e do Inep para discutir questões ligadas à logística e à segurança das informações do Enem.

    Esta semana, o jornal O Estado de S. Paulo informou ao ministro que teria sido procurado na quarta-feira (30) por um homem que disse, ao telefone, ter as duas provas que entregaria em troca de R$ 500 mil.

    As provas seriam aplicadas hoje (3) e amanhã (4) em 113.857 salas de 10.385 escolas diferentes. Cerca de 4,5 milhões de candidatos se inscreveram no exame. A partir deste ano, o Enem é requisito para a entrada em pelo menos 40 universidades federais, além de ser necessário para quem disputa uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni).