Rumo a uma Sociedade Cibernética (Blog N. 353 dentre os 599 Blogs do Painel do Coronel PaiM)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Identificar déficit de atenção é desafio para pais e professores (Postado por Danuza Peixoto)


 
 


    Alexandre Farias Torres com o filho Lucas, 13 anos, que apresenta déficit de atenção. Foto: Divulgação Alexandre Farias Torres com o filho Lucas, 13 anos, que apresenta déficit de atenção
    Foto: Divulgação


      As notas começaram a baixar quando o pequeno Lucas estava na terceira série. Cada vez mais, o menino mostrava comportamento agitado durante as aulas e dificuldade de compreender o conteúdo que a professora ensinava. A escola alertou o pai, que procurou tratamento. Depois de alguns testes, o diagnóstico: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
      A pedagoga especialista em orientação educacional Maria Cristina Bromberg defende que os professores são as pessoas mais capacitadas para identificar o problema em um estudante. Foi assim com Lucas, hoje com 13 anos. O pai, Alexandre Farias Torres, conta que o filho começou a tirar notas baixas e a apresentar comportamento agitado. "A professora percebeu que não era uma desatenção comum e me avisou. Levei o Lucas para o psiquiatra e ele foi diagnosticado", conta o morador de São Bernardo do Campo.
      Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 6% das crianças em fase escolar são diagnosticadas com TDAH. Para o psicólogo Fernando Elias José, trata-se de um dos problemas que mais interfere no estudo de crianças e adolescentes atualmente.
      A síndrome é caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Entre os principais sintomas percebidos em ambiente escolar estão a falta de atenção, cometer frequentemente erros por descuido, não seguir instruções, dificuldade de organização e perda constante de materiais necessários para as tarefas e atividades diárias. "O paciente que apresenta impulsividade costuma realizar brincadeiras inadequadas que podem atrapalhar a turma inteira", afirma Elias José.
      Para a pedagoga Maria Cristina, mestre em distúrbios do desenvolvimento, é papel da escola procurar esclarecer as causas dos problemas. "A primeira avaliação deve ser feita por um grupo interno; depois, as preocupações são transmitidas aos pais, mostrando-se opções para um diagnóstico correto, que pede a avaliação de profissionais de outras áreas. Uma vez determinado o problema, pais, professores e terapeutas planejam juntos as estratégias e intervenções a serem implementadas", defende a especialista.
      Porém, Elias José alerta para o fato de que a maioria dos professores não está preparada para reconhecer a desatenção como um problema. "Todas as crianças são inquietas, mas aquelas com TDAH são extremamente inquietas e desatentas", diz, completando que não é difícil detectar os alunos com déficit de atenção. "São aqueles que estão sempre com notas baixas, sempre sem material escolar, constantemente atrapalhando a aula por hiperatividade. O problema é que a primeira reação dos educadores é considerar essa criança simplesmente mal educada", diz.
      Atualmente, é isso que acontece com Lucas. Depois que foi diagnosticado com a síndrome, o menino de 13 anos mudou de escola e começou um tratamento com medicamento e psicoterapia. "Eu só o troquei de escola porque a de antes era muito puxada, e é muito sofrimento para uma criança com TDAH acompanhar um currículo rígido. Mas, infelizmente, o colégio que ele frequenta agora não o compreende", conta o pai.
      Por este motivo, o pai de Lucas decidiu criar o blog Criança Hiperativa, onde escreve sobre o problema e também conta sobre o filho. "Criei o blog para que os professores do Lucas entendessem o que é uma criança com TDAH, mas infelizmente, muitos não têm interesse em se conscientizar sobre este problema que não afeta apenas a ele, mas milhares de crianças pelo mundo todo", fala, completando que seu objetivo não é impedir que o filho seja reprimido, mas sim que seja orientado de forma eficaz.
      O psicólogo Elias José defende o tratamento diferenciado para os estudantes com déficit de atenção. "Se a síndrome foi diagnosticada e comprovada, não vejo motivo para que os professores não ajudem essa criança", defende, afirmando que aulas de reforço extraclasse e mais tempo para a realização de uma prova são algumas das atitudes recomendadas.
      Nos Estados Unidos, lei exige professor a mais para quem tem TDAH
      A pedagoga Maria Cristina ainda afirma que um estudante com TDAH leva de três a quatro vezes mais tempo para fazer uma lição de casa do que seus colegas. Por este motivo, nos Estados Unidos é regulamentada por lei a obrigatoriedade de uma instituição de ensino fornecer um professor a mais para acompanhar uma criança com déficit de atenção. No Brasil, existe um projeto de lei referente ao tema que tramita na Câmara desde 2008. Pelo projeto do Senado 402/08, o poder público deve manter programa de diagnóstico e de tratamento para estudantes da educação básica com dislexia e TDAH. Isso seria feito por meio de uma equipe multidisciplinar, com a participação de educadores, psicólogos, psicopedagogos e médicos.
      Apesar de ainda não existir lei nacional, algumas escolas já estão investindo em profissionais especializados no tema. No Rio de Janeiro, a escola particular Esil Educacional oferece o Espaço Integrar, uma sala onde alunos portadores da síndrome recebem orientação de um pedagogo, que além de ajudar em estudos e lição de casa, também pode auxiliar em sala de aula quando necessário.
      Porém, a iniciativa ainda é realidade distante para a maioria dos colégios. Hoje, Farias está a procura de uma escola preparada para lidar com seu filho. "Não queria ter que mudá-lo de escola outra vez, pois ele tem muitos amigos lá. Mas está sofrendo, os professores não o orientam e sim o punem. Eles têm um sistema de bilhetes verdes para quem fez algo errado. Todos os dias meu filho recebe um", reclama. "A escola tem um laudo psicológico explicando como o Lucas se comporta e suas dificuldades. Uma delas é o maior grau de déficit de atenção, mas os coordenadores, inspetores e professores, não todos, fazem de conta que isso não existe e preferem lidar com os métodos ditadores", lamenta.
      Maria Cristina afirma que os pais devem verificar o nível de conhecimento da direção e dos professores da escola acerca do TDAH. Se houver desconhecimento, os responsáveis devem conversar com o corpo docente para ver se este está disposto a aprender e a auxiliar o estudante de maneira adequada. Para a pedagoga, se a resposta for negativa, é melhor nem arriscar. A especialista ainda explica que a melhor escola para uma criança com a síndrome é aquela que busca desenvolver o potencial específico de cada um, reforçando os pontos fortes e superando os pontos fracos.

      quarta-feira, 9 de novembro de 2011

      Ranking americano lista melhores países para a criação de filhos (Postado por Erick Oliveira)

      Um relatório divulgado nesta quarta-feira (9) pela organização norte-americana Save the Children listou os melhores lugares para se criar um filho no mundo. No total, foram analisadas 164 nações, divididas em três listas baseadas no nível de desenvolvimento econômico, educacional e de acesso à saúde.
      A Noruega lidera a primeira lista, sendo considerada como o melhor lugar no mundo para se criar um filho. Os Estados Unidos figuram apenas na 31ª posição da primeira lista. Isso acontece por conta da alta taxa de mortalidade de mães após o nascimento no país - uma a cada 2100 partos, a maior entre as nações mais desenvolvidos do mundo.
      Os norte-americanos também convivem com uma mortalidade de 8 crianças a cada 1000 abaixo dos cinco anos, um patamar comparável a países como a Letônia. A chance de alguém nessa faixa de idade morrer é maior que o dobro nos Estados Unidos na comparação com as nações mais desenvolvidas do mundo.
      Acima dos norte-americanos, o topo da primeira lista é dominado por nações europeias, pela Austrália e pela Nova Zelândia.
      O Brasil aparece na 12ª posição do segundo ranking, composto por 79 países classificados em um nível intermediário de desenvolvimento. No caso nacional, o risco de uma de morte após o parto é de 1 a cada 860 mulheres. Entre as crianças até 5 anos de idade, a taxa de mortalidade no país é de 21 a cada 1000. Cuba é a nação que lidera a parte do ranking na qual o Brasil está inserido.
      Na parte debaixo do ranking, as dez nações com classificação pior são africanas, com exceção do Afeganistão. A organização enumera problemas como a baixa renda das mulheres, o alto índice de subnutrição e mortalidade entre as mães após o parto.
      A última posição da terceira lista é ocupada pelo Afeganistão. No país, uma mãe a cada 11 morre depois do nascimento do bebê. No Chade, esse número é de 1 para cada 14. A mesma taxa é observada na Somália, nação onde apenas 1% das mulheres usa algum método contraceptivo e o acesso a água não existe para 70% das pessoas.
      A subnutrição em países como Bangladesh, Nepal, Iêmen, Magadascar e Níger afeta mais de 40% das crianças abaixo de 5 anos. Segundo a Save the Children, a falta de alimentação é um dos fatores que colabora para a morte de 8 milhões de pessoas nessa idade a cada ano no mundo.

      terça-feira, 8 de novembro de 2011

      Estudantes da USP serão indiciados por dano ao patrimônio, diz delegado (Postado por Erick OLiveira)

      Os 73 estudantes detidos na madrugada desta terça-feira (8) por não cumprir a determinação judicial de deixar a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) serão indiciados por dano ao patrimônio público e desobediência à ordem da Justiça. Eles também serão responsabilizados por dano ambiental devido às pichações feitas nas paredes do prédio. Todos deverão passar por exame de corpo de delito.
      O delegado seccional Dejair Rodrigues afirmou que eles só poderão deixar 91º DP (Ceasa) após pagamento de fiança de R$ 1050 por aluno. Segundo Rodrigues, cada um dos detidos terá situação financeira avaliada pela autoridade policial para, se for o caso, arbitrar um valor compatível.
      Os estudantes também serão investigados pela polícia por formação de quadrilha. De acordo com Rodrigues, a polícia esteve no prédio da reitoria e constatou que as câmeras de segurança e portas foram destruídas e paredes estão pichadas. O edifício foi invadido por alunos contrários à presença da PM na Cidade Universitária, na capital paulista, desde o dia 2.
      Em vistoria no prédio da reitoria, a PM informou ter encontrado sete garrafas de coquetel molotov em uma das salas, seis caixas de morteiros e um galão de gasolina.

      A reintegraçãoA reintegração de posse começou no fim da madrugada após os estudantes definirem em assembleia na noite de segunda que não cumpririam uma decisão judicial para deixar a reitoria no prazo estipulado. As equipes do 2º Batalhão de Polícia de Choque (BP Choque) deixaram o quartel da corporação, na região da Luz, Centro de São Paulo, por volta das 4h30 e chegaram 40 minutos depois à Cidade Universitária. Eles arrombaram portas do prédio da reitoria.

      Um grupo de estudantes gritava palavras de ordem contra a presença da PM no campus e houve correria de manifestantes. A Polícia Militar usou dois helicópteros Águia para acompanhar a reintegração de posse.

      Após a reintegração, alunos favoráveis ao movimento tentaram bloquear com mesas e cadeiras as entradas de outro prédio da USP. Desta vez, o alvo do protesto foi no curso de Letras. Houve um princípio de tumulto envolvendo universitários que desejavam entrar para acompanhar as aulas. Após a confusão, a faculdade decidiu suspender as atividades nesta terça.

      Por volta das 11h, o Batalhão de Choque continuava posicionado em toda a Cidade Universitária, onde deve permanecer até que a desocupação seja concluída.

      "A ação do Choque permanece até concluir a desocupação. Depois, a perícia chegar, ver quais foram os danos e terminar toda a operação. Aí continua o policiamento diário [no campus]”, informou a coronel Maria Yamamoto, porta-voz da PM. Cerca de 400 homens e 50 carros da corporação estavam no campus pouco antes das 7h.

      Segundo a coronel Maria Yamamoto, não houve enfrentamento. "Eles [alunos] foram pegos de surpresa, não tiveram nenhuma reação, não houve o uso de nenhum tipo de arma. A chegada foi silenciosa. Em menos de dez minutos, o prédio já estava ocupado e eles, contidos”, explicou. "A polícia chegou, conteve os estudantes, os levou para o lado de fora e em seguida voltou com eles para dentro do prédio para que fossem revistados", completou a policial.

      Maus-tratosDomenico Colacicco, um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), disse à imprensa que os alunos detidos estão sendo maltratados. Segundo o Sintusp, os alunos não podem sair dos ônibus, estão sem direito à água, não podem ir ao banheiro. Os celulares deles foram confiscados. Alguns membros do sindicato classificam o tratamento com “tortura”.

      O que diz a defesa dos alunosFelipe Gomes da Silva Vasconcelos, um dos advogados dos estudantes que ocuparam a reitoria, considerou “arbitrária” a ação da PM. Segundo ele, ocorreu “militarização e ocupação de toda a USP”. O advogado informou que soube que alguns estudantes que foram presos, na biblioteca e na faculdade de arquitetura da USP, antes mesmo da retirada dos demais manifestantes da reitoria.

      Ele classifica os detidos como “presos políticos”, porque a ocupação teve caráter político e foi “uma manifestação que sempre se buscou o diálogo”. Vasconcelos declarou que vai estudar medida contra a retirada dos estudantes da reitoria. Ele afirmou que também pretende estudar uma possibilidade de fazer com que o campus não permaneça vigiado pela Polícia Militar.

      Reforço no policiamentoO porta-voz da Polícia Militar, major Marcel Soffner, afirmou nesta terça que o policiamento no campus da USP será reforçado em virtude dos últimos acontecimementos. O número de carros e policiais, no entanto, não será informado por questões estratégicas.